Chimia de Abóbora com Coco

 

 

 

 

 

A Chimia de Abóbora com Coco é um clássico das cozinhas coloniais do Sul do Brasil, especialmente nas mesas das vovós do interior, que faziam dessas conservas um verdadeiro tesouro guardado em potes de vidro esterilizados.

A palavra “chimia” vem do alemão schmier, que quer dizer “passar” ou “untar”, e por isso essa delícia é chamada assim — por ser perfeita para ser passada no pão, bolacha ou até saboreada pura com colherinha. Essa receita, simples e acolhedora, faz parte da herança afetiva de muitas famílias, e é feita com ingredientes acessíveis e muito carinho.

Ingredientes da Chimia de Abóbora com Coco

  • 1,700g de abóbora descascada e picada em cubos pequenos (usei abóbora de pescoço)
  • 850g de açúcar cristal ou refinado
  • 10 cravos-da-índia
  • Suco de 1/2 limão
  • 100g a 150g de coco ralado (fresco ou seco, a gosto — opcional, mas altamente recomendado pela vovó)

Proporção básica: A cada 1 kg de abóbora, use 500g de açúcar. Se a abóbora render 2 kg, aumente para 1 kg de açúcar.

Utensílios Utilizados

  • 1 panela grande de fundo grosso (preferencialmente de inox ou esmaltada)
  • 1 colher de pau ou espátula resistente ao calor
  • Tigelas para pesar os ingredientes
  • Espremedor de limão
  • Peneira fina (opcional, para tirar os cravos ao final)
  • Potes de vidro esterilizados com tampa (para armazenar a chimia)

Modo de Preparo Tradicional

  1. Prepare a abóbora: Descasque a abóbora, retire as sementes e corte em cubos pequenos. Quanto menor o corte, mais rápido e uniforme o cozimento.
  2. Misture os ingredientes: Coloque a abóbora picada na panela e junte o açúcar, os cravos e o suco de limão. Deixe descansar por 1 hora para a abóbora soltar parte da sua água.
  3. Leve ao fogo: Após esse tempo, leve a panela ao fogo baixo. Mexa de tempos em tempos com colher de pau, cuidando para não grudar no fundo. A abóbora vai amolecendo e se desmanchando lentamente.
  4. Cozinhe com paciência: O processo pode levar de 1h a 1h30, dependendo do tipo da abóbora e da quantidade. Mexa sempre para não caramelizar o açúcar no fundo.
  5. Adicione o coco: Quando a mistura estiver bem espessa, com a abóbora completamente desmanchada, junte o coco ralado e cozinhe por mais 10 minutos.
  6. Finalização: Retire os cravos (se desejar), espere esfriar completamente antes de colocar em potes esterilizados.
  7. Armazenamento: Conserve na geladeira por até 30 dias, ou esterilize os vidros e conserve em local fresco por mais tempo.

Rendimento Total

Com essa proporção de ingredientes, o rendimento final gira em torno de 2,2 a 2,4 kg de chimia pronta, considerando a perda de líquido durante o cozimento.

Informação Nutricional (por 20g – 1 colher de sopa)

ComponenteQuantidade
Calorias70 kcal
Carboidratos17 g
Proteínas0,3 g
Gorduras totais0,4 g
Fibras alimentares0,6 g
Sódio1 mg

Valores aproximados com base em abóbora de pescoço, açúcar cristal e coco seco.

Dicas da Vovó

  • Use abóbora de pescoço ou moranga: Elas têm menos água e são mais doces, rendendo uma chimia mais cremosa e saborosa.
  • Não precisa bater no liquidificador: A textura rústica da chimia é parte do charme. Só amasse com a colher durante o cozimento, se quiser mais homogênea.
  • Cuidado com o fogo: Mantenha sempre no fogo baixo e vá mexendo com carinho, principalmente nos minutos finais.
  • Geladeira só depois de fria: Não coloque a chimia quente em potes fechados, para evitar suor interno e formação de mofo.

Substituições Possíveis

  • Açúcar: Pode substituir o açúcar cristal por demerara ou açúcar mascavo. Vai mudar o sabor e a cor, mas fica delicioso.
  • Coco: Pode omitir se preferir a versão pura, ou ainda usar coco fresco ralado para um sabor mais delicado.
  • Cravo: Quem não gosta de cravo pode usar um pau de canela no cozimento ou mesmo raspa de gengibre fresco.
  • Limão: Pode ser substituído por suco de laranja para um toque cítrico mais suave.

Acompanhamentos que Combinam

  • Pão caseiro quentinho: É o par ideal! Ainda melhor se for um pão de fermentação natural ou pão de milho.
  • Torradinhas ou bolachas de água e sal: Para um contraste crocante com a textura cremosa da chimia.
  • Bolo de fubá ou bolo branco: A combinação doce da chimia com bolos simples é uma experiência caseira de primeira.
  • Sorvete de creme ou nata: Sirva como cobertura para um contraste de quente-frio e doce-salgado.

Um Toque Pessoal

Eu gosto de fazer essa chimia num dia frio, quando o vapor quente e adocicado da panela aquece toda a cozinha.

Enquanto mexo, lembro da minha avó cantando baixinho ou me contando histórias de quando era pequena, ajudando a mãe dela a cortar abóbora nos fundos da casa. Sempre dizia: “Chimia boa é aquela que cozinha devagar e guarda lembrança.”

E é isso que desejo pra você: que essa receita guarde boas lembranças na sua casa também.